ARTIGOS DE HOJE
A Mentira
Dentre as muitas mazelas morais que afligem a humanidade, uma delas merece atenção especial: a mentira. Mentir, desde os mais remotos tempos, é uma forma de tentar abafar a voz da consciência que clama sempre por mudança de comportamento. Por falta de auto-estima o indivíduo constrói uma imagem distorcida de si mesmo e por falta de adequação à realidade ele a manipula de acordo com sua vontade. Na história vemos Pilatos, no gesto simbólico de lavar as mãos, mentindo para si mesmo, querendo crer ter feito tudo que estava ao seu alcance para poupar a vida de um justo. Temos Pedro negando ser seguidor do Cristo; os sacerdotes e os doutores da lei mentindo ao afirmarem que Jesus representava um perigo para o templo, e tantos outros exemplos. De que forma agem essas criaturas? Tecendo comentários sobre valores que ainda não conquistaram, fingindo serem capazes de apreciar qualidades que mal conhecem e comentando o mal, dando a este notável evidência.
Sem compromisso com a veracidade das próprias palavras, dos gestos e sentimentos, seguem semeando espinhos ao longo do caminho, não cogitando que a cada mentira estarão se acumpliciando com os planos inferiores da vida.
Se, no trato com os outros encontram indivíduos fortalecidos na fé, atentos aos deveres cristãos de paciência, compreensão e humildade, sofrerão apenas a lei de retorno; mas, se ao contrário, prejudicarem criaturas caracterizadas pela tibieza de caráter, responsabilizar-se-ão também por toda a dor infligida, sendo que, num futuro distante ou não, ver-se-ão chamados a reparar o mal causado junto àqueles que lhes sofreram a nefasta influência.
Analisando este aspecto da fragilidade humana somos chamados a lembrar constantemente o Evangelho do Cristo quando este nos orienta: a cada um segundo suas obras. Por essa assertiva do Mestre conclui-se que a única diretriz segura e possível, para todos, é a busca incessante da auto-iluminação, do burilamento capaz de fazer florescer em nós valores éticos que sustentem a paz íntima de que não podemos prescindir.
No domínio do verbo articulado, deve-se manter a referência maior do 'vigiai e orai' e, atentos à necessidade basilar fazer viger o respeito, a sinceridade e a simpatia entre todos e em todos os momentos.
Rita de Cássia
ANTONIO TADEU MINGHIN
CAUSAS DO DESGOSTO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Amigos
leitores, dando sequência aos últimos artigos escritos pelos nossos
companheiros nesta coluna, chamando-nos a atenção sobre as conseqüências e
atitudes a tomar frente ao grande problema das doenças de fundo emocional e
psíquico, que é considerado a doença da atualidade e, infelizmente, o seu
crescimento na próxima década, vamos encontrar na questão 957 do O Livro dos
Espíritos importante definição sobre a
origem do desgosto, onde o insigne Codificador e Mestre Allan Kardec, argúi os
Espíritos Veneráveis sobre esta questão e obtém dos mesmos a seguinte resposta
(em resumo): “A origem dos desgostos provém das seguintes situações: da
saciedade, da falta de fé e da ociosidade.
Pois
bem, caro leitor, quando se fala de saciedade, a maior comprovação se projeta
nas estatísticas que demonstram que o maior índice de suicídios ocorre em
países ricos. Muitas vezes, pessoas que possuem muito e podem adquirir o que
desejam, focam simplesmente o aspecto material, perdendo, com isso, a motivação
da busca, caminhando para o desânimo, rebaixando a sua autoestima e
consequentemente vem o desequilíbrio e a perturbação mental.
Por
outro lado, quando se trata da falta de fé, o indivíduo que estava em busca de
algo que gostaria de ter, ou ser, e não se dá conta de que aquele algo na
verdade não era do que necessitava, não alcançado o fim objetivado,
principalmente com petitórios feitos à espiritualidade,
aos santos, a Jesus ou a Deus, fica descrente de tudo e de todos, se colocando
na posição de sofredor imerecido, atribuindo a sua frustração a Deus ou a sua
pseudo crença. Na realidade essa pessoa estava exigindo algo em troca de
favores se esquecendo de que as Leis Divinas não negociam com ninguém.
E
finalmente a ociosidade, traduzida em mente e mãos vazias. Hoje todos afirmam
que o melhor remédio é o trabalho. Fazer o trabalho profissional com amor, com
vontade, não só para receber o seu salário ou seu ganho, que, diga-se de
passagem é importante para as nossas necessidades, mas... o trabalho no bem é o
melhor remédio para lidarmos com os nossos sentimentos. A ocupação mental, nos
traz vibrações de amor, de carinho de gratidão, quando atendemos aquela pessoa
carente de atenção, de uma palavra amiga, de um sorriso e mesmo de necessidades
materiais. E veja, amigos leitores, quantas entidades de todos os seguimentos
religiosos ou sem ser religiosas oferecem e necessitam de voluntários para as
suas atividades. É uma ótima oportunidade de servirmos e com isso pelas Leis
Divinas, de sermos também servidos. Vamos trabalhar para o próximo? Vamos
refletir sobre isso? Muitas paz a todos.
Antonio Tadeu Minghin
CULPA, APENAS UM SENTIMENTO E NÃO UMA EXPLOSÃO
DE INFORMAÇÃO
8a. PARTE
8a. PARTE
AUTOR MIGUEL LUCAS
Licenciado em Psicologia, exerce em clínica privada. É também preparador mental de atletas e equipas desportivas, treinador de atletismo e formador na área do rendimento desportivo.
Licenciado em Psicologia, exerce em clínica privada. É também preparador mental de atletas e equipas desportivas, treinador de atletismo e formador na área do rendimento desportivo.
Ter um sentimento de culpa não implica
necessariamente que você tenha de se sentir culpado. A culpa é simplesmente um
sentimento, uma experiência mental e física que ocorre no nosso corpo
(experiência interna), um programa do nosso cérebro que é executado em resposta
a um resultado negativo percebido de alguma natureza. Não é um monte de
informações refinado, na verdade é uma informação subtil que emerge de uma
reação, não muito mais que isso. É um sinal enviado ao cérebro, ou criado no
próprio cérebro que permite accionar um conjunto de processos mentais para
pensar de novo sobre as coisas. A experiência de culpa (a culpa descabida e
incapacitante) na nossa mente, tem a ver com um processo de ruminação, devido à
constante atenção que damos ao assunto que nos perturba e preocupa, criando-se
um ciclo vicioso sobre um conjunto de pensamentos que se ligam entre si, mas
que no entanto não levam à construção válida de uma resposta ou resultado que
ajude na resolução do problema.
Um exemplo de sentimentos de culpa onde não há nada para se sentir culpado é a tristeza como reação à culpa que muitas pessoas experimentam quando morre (neste caso, de acidente) um ente querido. O sobrevivente fica obcecado com as coisas possíveis que poderia ter feito de maneira diferente, e eventualmente evitado a morte. (“Se eu não estivesse no trabalho, ele não teria morrido.” “Se eu me tivesse certificado que tivesse tomado o café da manhã, ele poderia ter tido reacções mais rápidas.” “Se eu não tivesse comprado aquele vestido preto , isso não teria acontecido. “O sobrevivente também pode ficar obcecado com a sensação de que havia um erro que ele ou ela fez, e que o outro era incapaz de identificar. (“Eu sei que havia algo que eu deveria ter feito diferente, mas eu não consigo descobrir o quê.”) Um problema semelhante ocorre quando um indivíduo está envolvido num grave acidente que não tinha nada a ver com o que o indivíduo estava fazendo (ou seja, , um avião cai em casa durante a madrugada, um rajada balas que são disparadas por um atirador enlouquecido num restaurante). Seria normal (mas inadequado) ficar obcecado com a experiência, revendo um e outra vez os acontecimentos e ações antes da catástrofe, mesmo que se reconheceu que, logicamente, não poderia haver nada para se sentir culpado.
O que exemplifiquei, não pretende transmitir a ideia que o sentimento de culpa não possa existir ou que seja um “pecado” quando o sentimos, nada disso. Obviamente que perante determinados cenários catastróficos ou negativos, e em reação a eles, se possam gerar determinados sentimentos de culpa. No entanto, importa referir que na grande maioria das vezes, esse sentimento é muito destruidor, não trazendo alívio nenhum à dor já infligida pelo acontecimento negativo. A reação de culpa é como que uma “fuga” interminável, não dá descanso, não orienta, não permite a reestruturação, devido ao constante sentimento de remorso. Este remorso, consome os recursos mentais, impedindo que a pessoa consiga pensar de forma clara e baseada em factos concretos.
Um exemplo de sentimentos de culpa onde não há nada para se sentir culpado é a tristeza como reação à culpa que muitas pessoas experimentam quando morre (neste caso, de acidente) um ente querido. O sobrevivente fica obcecado com as coisas possíveis que poderia ter feito de maneira diferente, e eventualmente evitado a morte. (“Se eu não estivesse no trabalho, ele não teria morrido.” “Se eu me tivesse certificado que tivesse tomado o café da manhã, ele poderia ter tido reacções mais rápidas.” “Se eu não tivesse comprado aquele vestido preto , isso não teria acontecido. “O sobrevivente também pode ficar obcecado com a sensação de que havia um erro que ele ou ela fez, e que o outro era incapaz de identificar. (“Eu sei que havia algo que eu deveria ter feito diferente, mas eu não consigo descobrir o quê.”) Um problema semelhante ocorre quando um indivíduo está envolvido num grave acidente que não tinha nada a ver com o que o indivíduo estava fazendo (ou seja, , um avião cai em casa durante a madrugada, um rajada balas que são disparadas por um atirador enlouquecido num restaurante). Seria normal (mas inadequado) ficar obcecado com a experiência, revendo um e outra vez os acontecimentos e ações antes da catástrofe, mesmo que se reconheceu que, logicamente, não poderia haver nada para se sentir culpado.
O que exemplifiquei, não pretende transmitir a ideia que o sentimento de culpa não possa existir ou que seja um “pecado” quando o sentimos, nada disso. Obviamente que perante determinados cenários catastróficos ou negativos, e em reação a eles, se possam gerar determinados sentimentos de culpa. No entanto, importa referir que na grande maioria das vezes, esse sentimento é muito destruidor, não trazendo alívio nenhum à dor já infligida pelo acontecimento negativo. A reação de culpa é como que uma “fuga” interminável, não dá descanso, não orienta, não permite a reestruturação, devido ao constante sentimento de remorso. Este remorso, consome os recursos mentais, impedindo que a pessoa consiga pensar de forma clara e baseada em factos concretos.
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