OS DISCÍPULOS DE JESUS

OS DISCÍPULOS DE JESUS
"Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem." Jesus"

sábado, 23 de março de 2013

ARTIGOS: COLUNA II

O Sofrimento
 
     

Quando pensamos na dor, imediatamente associamo-la à doença, portanto, direcionados equivocadamente pelo senso comum, entendemos que seja um sinal patológico - de doença.
     Anete Guimarães¹ nos traz interessante conceito sobre a dor: sinal fisiológico que caracteriza uma injúria celular, visando à integridade do organismo pelo reflexo de retirada.
      Fica claro que a dor funciona como um alarme quando no universo de nosso corpo algo começa a funcionar de forma desequilibrada. O corpo tende a manter um estado saudável e, para isso, envia através da dor um recado de perigo.
      Conclui-se, assim, que só sente dor quem é saudável! Incrível, não?
       Por analogia, reflitamos a respeito do sofrimento, que é uma dor moral. O espírito também tende a manter um estado saudável. Mágoa, culpa, medo, raiva e outras emoções consideradas negativas são sinalizações de que nossos pensamentos, sentimentos e atitudes estão forjando uma injúria moral passível de causar desarmonia espiritual e mental.
          Por que uma injúria moral? Em O Livro dos Espíritos, questão 621, Kardec indaga aos espíritos de ordem superior onde está escrita a Lei de Deus e a resposta é clara: na consciência. Sendo assim, todas as vezes em que contrariamos a Lei lesamos a nós mesmos e, consequentemente, fazemos um quadro de sofrimento que nos impulsiona a um reflexo de retirada, ou seja, um redirecionamento comportamental.
     É dessa forma que entendemos a função divina de cada uma das emoções inquietantes: despertar em nós o entendimento de nossa necessidade de preservação de nosso equilíbrio, norteando a própria conduta  por princípios éticos e morais.
     Vale a pena questionar-se: sofrer é bom? Tomando por base as sensações desagradáveis do sofrimento, a resposta é não, um sonoro não! Observando por ângulo diverso, no entanto, podemos afirmar peremptoriamente que sofrer é útil, necessário e desejável! E por quê?
     Porque o sofrimento, assim como a dor,  são apenas estímulos agindo em nosso benefício, visando nossa integridade. 
     Alguns poderiam objetar: o sofrimento é mesmo necessário? Partindo do princípio de que estagiamos num planeta de provas e expiações, por nossa vez inquirimos: quem está livre de ferir a Lei, explorando o livre arbítrio em quedas espetaculares?
     Diz o espírito Emmanuel² que Jesus, exceção entre nós – também criado simples e ignorante – transitou pela fieira da ignorância e não pela do mal. Nós outros, por sermos espíritos que viemos para o resgate de faltas passadas ou para aprendizado em experiências humanas³,  temos transitado por essas duas vias – a da ignorância e a do mal –  não prescindindo, portanto, da dor e do sofrimento.
     Com alegria e com esperanças renovadas, ao atingirmos esse conhecimento passamos a utilizar  estímulos dolorosos em nosso benefício, não mais brigando com Deus, não mais buscando externamente o motivo de nossas dificuldades e infelicidades e não mais nos acomodando confortavelmente nelas.
    Nossos votos de muita paz!

Rita Mercês Minghin


¹ Anete Guimarães, médica, psicóloga e filósofa. Palestra Espírita: Forças Interiores da Mudança
² O Consolador, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, questão nº 243

³ idem 2




ALGUMAS COMPARAÇÕES ENTRE A CIÊNCIA ACADÊMICA E A CIÊNCIA ESPÍRITA
 


    Amigo leitor, ao deparar com esse título, no primeiro momento pode-se pensar que será uma vertente de opiniões ou afirmativas entre as duas correntes. Mas não, o que temos hoje é um somatório de alguns conceitos a respeito dos quais a pesquisa científica corresponde com a informação espírita.
    Se, no passado, a ciência acadêmica afastou-se consideravelmente dos juízos religiosos, na atualidade as pesquisas vêm demonstrando consonância com boa parte dos postulados da ciência espírita. Com isso, um ponto de união entre ambas é traçado.  
   A Doutrina Espírita, foi codificada por Allan Kardec e transmitida ao mundo pelos Espíritos Superiores,  também como ciência. Fica dessa forma evidente que está de conformidade com as leis naturais, razão pela qual não é  estranho que as mesmas conclusões sejam tiradas por diversas pesquisas de hoje. O mestre Allan Kardec, com seu caráter de homem íntegro, asseverou que, se a ciência provasse o contrário sobre algum aspecto, o espiritismo mudaria.
    Então, caro leitor, passamos  a algumas comparações, como diz o título do artigo, em recentes pesquisas, destacando o Grande Colisor de Partículas, a Fecundação e a Mediunidade.

I- Grande Colisor de Hádron ( Partículas )
    Em artigo publicado nesta revista, em Agosto de 2010, destacamos o maior experimento científico até então realizado, ou seja, o Grande Colisor de Hádrons (Partículas), que reproduziu o cenário do Cosmos, em um  trilionésimo de segundos após o Big Bang. Pois bem, os cientistas estão “desvestindo” a matéria, para chegar ao Bóson de Higgs, a matéria mãe chamada por alguns de  “a Partícula de Deus.” Essa teoria foi levantada nos anos de 1964, pelo físico Peter Higgs e 1974, pelo físico  Philip Anderson e agora os cientistas avançam na pesquisa para comprová-la.                                                                                                        
      Mas afinal, o que é  essa matéria mãe, apontada pelos cientistas e que acabou ganhando o epíteto complementar de Partícula de Deus? Como resposta, é a matéria primária que origina todas as outras matérias ou todos os corpos físicos.
      O que significa, no Espiritismo, matéria mãe? Respondem os Espíritos da Codificação que se trata da matéria original, ou seja, que dá formação a todos os corpos físicos ou todos os elementos materiais do Universo,  por isso leva o nome de Fluido Cósmico Universal.
   Como podemos notar, a Ciência atual tem o mesmo propósito, ou seja, comprovar essa matéria primeira.

II - Fecundação
   
      O processo da fecundação, pesquisado pela ciência investigativa, vem ao encontro ao que é narrado no livro Missionários da Luz (André Luiz/Chico Xavier), 36ª. edição, pag.213:
“Após acompanhar, profundamente absorto ao serviço, a marcha dos minúsculos, competidores que constituíam a substância fecundante identificou o mais apto, fixando nele o seu potencial magnético, dando-me a ideia de que o ajudava a desembaraçar-se dos companheiros para que fosse o primeiro a penetrar a pequenina bolsa maternal.”
Na pag.222 do mesmo livro, diz o Instrutor Apuleio: “Em visto disso, meu amigo, a célula masculina que atinge o óvulo em primeiro lugar, para fecundá-lo, não é a mais apta em sentindo de “superioridade”, mas em sentido de “sintonia magnética”, em todos as casos de fecundação para o mundo das formas. Esta é a lei, pela qual os geneticistas do Globo são muitas vezes surpreendidos em suas observações, em face das mudanças inesperadas na estrutura de vários tipos, dentro das mesmas espécies. As células possuem também o seu “individualismo magnético” algo independente nas manifestações vitais.”

E mais adiante, na mesma página:
“Se a mulher pode exercer a sua influência decisiva na escolha do companheiro, também a célula feminina, na maioria das vezes, pode exercer a sua atuação na escolha do elemento que a fecundará.”

    Agora, vejamos o que diz recentes pesquisas sobre a fecundação:
Depois de uma década de estudos, os pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA), liderados por Stephen Quake, professor da bioengenharia da instituição, conseguiram chegar a uma técnica que decifrou o genoma de uma das menores células do organismo.
Jianbin Wang, aluno de graduação que assina o artigo como primeiro autor, diz que o que mais fascinou os cientistas foi o alto grau de variação dessas células. “Cada espermatozóide tem um genoma único, com padrões únicos de recombinação e mutação. Essa diversidade pode fornecer habilidades de fertilização diferentes para cada uma dessas células do esperma.”

    Comparamos a informação de André Luiz, quando diz do individualismo magnético, com o  genoma único informado pelos cientistas. A pesquisa afirmou que cada  espermatozóide age com padrões únicos de recombinação e mutação. E arrematam os pesquisadores: “os espermatozóides não agiriam na base do eu primeiro, numa espécie de corrida egoísta, como ensinavam as aulas clássicas de Biologia. Em vez disso, eles parecem organizados como uma tropa de elite.”
Concluindo: André Luiz, pelo instrutor Apuleio, afirma que a célula feminina pode atuar, exercendo a sua escolha no elemento que a fecundará.
     E a pesquisa científica diz: “na época da ovulação, o organismo da mulher parece ter interesse em cooperar com o gameta masculino.”
     Portanto, podemos deduzir que a Engenharia Genética do Mundo Espiritual, ao programar, em muitos casos, a reencarnação, já designa o espermatozóide, que leva os códigos genéticos previamente trabalhados, para que o mesmo possa produzir efeitos desejados,  cumprindo-se assim o planejamento para o futuro reencarnante.

III- Mediunidade
     
      Pois bem, caros leitores, seguindo o objetivo do nosso artigo, deparamos com uma notícia recente na revista Época, de 11/2012,  muito estimulante para os nossos estudos: “Os avanços da ciência da alma.” A pesquisa, rigorosamente científica, foi referente à mediunidade e teve a responsabilidade dos seguintes cientistas: Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg. Foi realizada na cidade de Filadélfia (EUA), sendo a primeira vez que o cérebro de médiuns foi investigado com recursos da neurociência, utilizou-se scanner, mapeando-se toda a área cerebral de dez médiuns pesquisados, durante o chamado transe mediúnico.
       Segundo o artigo da Revista Época, os resultados foram surpreendentes, pois, quando comparados com as duas áreas cerebrais, da criatividade e do planejamento constatou-se que essas áreas não foram acionadas, ou melhor, não atuaram no processo mediúnico. Portanto a autoria seria dos espíritos comunicantes, hipótese que os médiuns defendem.
     Assim, amigo leitor, essas são apenas algumas comparações, dentre as diversas que hoje a ciência acadêmica realiza, que vêm confirmar os postulados espíritas, informados a nós através da codificação, pelos Espíritos Veneráveis e o mestre Allan Kardec, em 18 de abril de 1857 e  as obras de André Luiz/Chico Xavier.

Antonio Tadeu Minghin 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

·        Partícula de Deus, título do livro de Leon Lederman. Original em inglês (The God Particle)
·        Revista Espírita – Allan Kardec : Ide – junho/1858 e pela editora Edicel: novembro/1864 – setembro/1865 - Março/1866 – junho/1868
·        O Livros do Médiuns- FEESP: Cap.I  - pg.73 e Cap.XIV - Cap.VIII – pg.149 
·        A Gênese - Lake: Cap.VI – pg. 92, 93 e 98 e Cap.XIV – pg. 232
·        O Livro dos Espíritos – Ide: pg:13,52,66,140





FUNÇÃO DA CASA ESPÍRITA


    A Terra, que se viu coberta por densas sombras na Idade Média, que passou pelo Século das Luzes,  atravessa, agora, singular período. Muitos proclamam em discussões acirradas que nunca dantes vivemos calamidades sociais e naturais tão ásperas, outros atrevem-se, incautos, a dizer que Deus nunca esteve tão distante. Enganam-se uns e outros.
    Por toda parte encontramos criaturas procurando um sentido maior para suas vidas. Reconhecemos, no entanto, que essa procura por vezes se expressa de forma muito dolorosa, através de fugas espetaculares e de excessos de todos os matizes, que os conduzem, não raras vezes, ao encontro de maiores padecimentos por desconsiderarem a paternidade divina.
    E em meio a tanta dor surge por  remédio providencial a Casa Espírita, divino recanto de paz e refrigério, onde encarnados e desencarnados encontram o necessário refazimento das forças psíquicas.
    É bem verdade que muitos chegam à cata de um milagre, olvidando que a vida por si só já é um milagre. Querem não sentir dor, não padecer de nenhuma limitação, não defrontar obstáculos, e encontram a abençoada oportunidade de servir. Afligem-se com as doenças do corpo, descobrem o remédio para a alma. Insistem em  manterem-se na ignorância reproduzindo comportamentos inadequados do pretérito  e cultivando outros tantos no presente, deparam-se com criaturas desenfaixadas das vestes carnais que vêm de longe compartilhar de suas dores oferecendo exemplo vivo de necessidade de mudança.
    No labor a que se entregam, na aquisição do conhecimento libertador de consciências, as criaturas, todas elas, são promovidas a médicas de si mesmas. Desenvolvem capacidade enorme de vencer seus desafios, encontram a alegria do trabalhador da última hora.
    A Casa Espírita é isto: o lar, o hospital, a escola, a oficina de trabalho, tudo integrado no soerguimento dos filhos de Deus.




Muita Paz!

Rita Mercês Minghin



A Justiça Divina Segundo o Espiritismo
"Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva". (EZEQUIEL, 33:11.)
A ideia de um Deus antropomórfico figura ainda hoje entre a humanidade, apesar do advento do Cristo. Há mais de 2000 anos, Jesus falou de um Pai infinitamente justo e misericordioso, que deseja a nossa conversa. O Deus das antigas concepções - que se vingava nas futuras gerações, que se entristecia, que tinha preferências em relação aos filhos, que se irava... - foi perdendo o sentido quando Jesus O designou por Pai. Já não era o senhor dos exércitos.
Para dar sequência às lições trazidas pelo Senhor, veio o  Consolador Prometido (que acreditamos ser o Espiritismo), possibilitando maior compreensão a respeito de justiça, pois aliou esta à misericórdia com plena harmonia.
“A Terra estava mergulhada em sombras, e então, fez-se luz!”
A partir do trabalho gigantesco de uma plêiade de Espíritos superiores, encarnados e desencarnados, pôde-se começar a entender a Justiça Divina. Aqueles que até então temiam o Pai e Seu olhar perscrutador passaram a converter medo em respeito e amor; a considerar a dor não como castigo, punição, mas como um alerta sinalizando a necessidade de reforma, de mudança.
Buscando a lógica da dinâmica da vida, compreendeu-se:
* o céu, como as infinitas moradas da casa do Pai;
* o inferno, como estado de consciência culpada;
* as penas eternas, como lições de longo curso sem, no entanto, serem eternas;
* os demônios, como homens profundamente encarcerados na ignorância e na dor;
* os anjos não como criaturas eleitas, mas como homens que aprenderam a amar e a servir incondicionalmente;
* a morte, apenas como uma passagem;
* o presente, o somatório de nossas experiências pretéritas e
* o futuro, como a plenitude da vida.
No exame das lições evangélicas, à luz do espiritismo, percebe-se a fragilidade da justiça humana, que mais pune do que educa, mais se vinga do que ampara. Assim sendo, aumenta-se de forma superlativa o clamor das almas rogando ao Senhor da Vida por paz, por misericórdia, por justiça, olvidando que tudo precisa ser desenvolvido na intimidade do ser.
Do átomo ao arcanjo, percorre-se extensa faixa de tempo, em que o ser acicatado por desafios de toda sorte é compelido à autodisciplina, ao desenvolvimento de sentimentos nobres, à percepção mais ampla da própria responsabilidade perante tudo o que lhe acontece, tomando para si as rédeas do seu destino.
Bafejados pela luz do conhecimento libertador de consciências, a pouco e pouco, vence-se a inércia, as ilusões, o acomodamento, como a  crisálida que se esforça por romper o casulo e alçar voo rumo ao infinito, ao futuro que nos aguarda.
Muita Paz!

Rita Mercês




DEFINIÇÃO ESPÍRITA DO BEM SOFRER E DO MAL SOFRER

Um dos maiores ensinamentos para a humanidade, sem dúvida nenhuma, foi o da bem-aventurança, verdadeiro tratado de filosofia, ciência e de consequência moral, proferida no “Sermão da Montanha”, pelo maior exemplo bom que já passou pela terra; seu nome? JESUS. Tanto é que, um outro grande mestre, não cristão, também exemplo de paz e amor - Mahatma Gandhi - proferiu que se todos os tratados de ensinamentos morais se perdessem, permanecendo somente o “Sermão da Montanha”, a humanidade estaria servida para todo o sempre. Pois bem, amigo leitor, o tema de hoje é a definição espírita sobre o Bem Sofrer e o Mal Sofrer.
Quando Jesus diz: “Bem Aventurados os que choram”, ou seja, os Aflitos, e completa dizendo “...porque serão consolados”, a primeira vista, com tantos compêndios, livros e outras fontes de informações sobre o pensamento positivo, neurolinguística, etc..., pode parecer uma apologia ao sofrimento no sentindo literal, mas na verdade não é. Nós não estamos aqui para pagar penitências, mas sim para evoluir, para fazer o que não fizemos ou refazer aquilo que foi mal feito em outra existência. Outrossim, explica ainda a Doutrina Espírita em acordo com os ensinamentos do Mestre Jesus, que a Lei Divina é sábia, perfeita e  imutável, estando, portanto, presente em todas as condições de vida do Universo. No que tange a Humanidade, que já atingiu o seu livre arbítrio e com ele a capacidade de pensar, de agir e de decidir, sendo senhora do seu pretérito, presente e futuro, e responsável por todos seus atos, é importante salientar que tem o dever de evitar os seus males, trabalhando conscientemente o seu adiantamento moral e intelectual. Assim, na verdade, não existe o mal no sentido que se transfere a ele, sendo que o tão dito “mal” é simplesmente a ausência do bem. Explica a Doutrina da Lógica, que DEUS, Pai Misericordioso e Justo, não pune ninguém, tendo ele simplesmente criado as Leis Naturais. O ser humano “sofre” quando, por vontade própria, não corresponde a essas Leis. Então, surge o sofrimento ou a dificuldade, atingindo por si só, a consciência do que precisa mudar e a sabedoria de fazer isso. Desse modo, a Lei Divina oferece tantas chances quantas forem necessárias para que cada um, através de existências futuras, pela educação ou reeducação moral, possa vencer bem os obstáculos criados por si mesmo.
Vamos refletir sobre isso? Muita paz a todos.



Antônio Tadeu Minghin





Procusto
 Alguns sinais de intolerância:
 Acreditar que
• todas as nossas crenças são verdadeiras;
• podemos mudar as pessoas;
• temos o controle de tudo e de todos;
• reunimos condições para salvar o mundo;
• é sempre aceitável a imposição de nossos pontos de vista;
 • o outro é perfeito e, como tal, não pode falhar. Esses itens não esgotam o padrão de comportamento da pessoa intolerante, mas evidenciam algumas de suas características. Claro é que nesse comportamento há mais conflito e ausência de autoconhecimento do que o desejo de prejudicar ou subjugar. É sinal de intolerância, expresso de variada forma, a incapacidade de conviver bem com as pessoas como se nos apresentam, com suas idiossincrasias. Inclui-se aqui também a dificuldade de aceitar determinadas situações que não podem ser modificadas, momentaneamente ou não. Tentando ajustar o que o outro é às próprias vontades e/ou necessidades, corrompemos-lhe a identidade, inviabilizando assim relações saudáveis e verdadeiras. Oportunamente, lembramos a personagem mítica, Procusto. Procusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, havia uma cama de ferro, que tinha seu exato tamanho. Convidava todos os viajantes a se deitarem nela. Se os hóspedes fossem demasiado altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente. Uma vítima nunca se ajustava exatamente ao tamanho da cama porque Procusto, secretamente, tinha duas camas de tamanhos diferentes.¹ Assim, de forma análoga à da personagem mitológica, tentamos enquadrar as pessoas em nossas expectativas. Se a conversão não acontece sobrevêm a frustração, a raiva e por fim o distanciamento. Sinaliza-se, assim, que nossos processos afetivos padecem de falta de amadurecimento. Por isso existe tanto sofrimento e tanta luta inglória nos movimentos em busca da alegria nas relações, sejam elas entre namorados, cônjuges, pais e filhos, amigos, companheiros de trabalho etc. Será que sofremos a síndrome de Procusto? Temos esticado ou cortado muita gente? A métrica tem sido nossa prioridade ou já valorizamos e respeitamos as diferenças? Procusto deve ter sido tão solitário... E quantos de nós temos olhado ao redor sentindo a ausência de pessoas tão queridas, que afastamos de nosso convívio deliberadamente. Jesus sinalizou: Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.² Ah, quão longe nos encontramos da fraternidade proposta pelo Cristo! Quanto receio de abrir mão de pontos de vista... Quantas guerras declaradas a pretexto de nos protegermos! Recorramos à orientação de Agostinho³ buscando o autoconhecimento e, assim, abandonaremos em definitivo as duas camas de ferro (o fardo pesado) que insistimos em carregar: a intolerância. CE Discípulos de Jesus Rita Mercês Minghin ¹ http://pt.wikipedia.org/wiki/Procusto ² João, 13:35 ³ Questão 919 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec

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