Procusto
Alguns sinais de intolerância:
Acreditar que
· todas
as nossas crenças são verdadeiras;
· podemos
mudar as pessoas;
· temos
o controle de tudo e de todos;
· reunimos
condições para salvar o mundo;
· é
sempre aceitável a imposição de nossos pontos de vista;
· o
outro é perfeito e, como tal, não pode falhar.
Esses itens não esgotam o padrão de comportamento da pessoa intolerante, mas evidenciam algumas de suas
características.
Claro é que nesse comportamento há mais conflito e ausência de
autoconhecimento do que o desejo de prejudicar ou subjugar.
É sinal de intolerância, expresso de variada forma, a incapacidade de
conviver bem com as pessoas como se nos apresentam, com suas idiossincrasias.
Inclui-se aqui também a dificuldade de aceitar determinadas situações que não
podem ser modificadas, momentaneamente ou não.
Tentando ajustar o que o outro é às próprias vontades e/ou necessidades,
corrompemos-lhe a identidade, inviabilizando assim relações saudáveis e
verdadeiras.
Oportunamente, lembramos a personagem mítica, Procusto.
Procusto era um bandido que
vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, havia uma cama de ferro, que tinha seu exato
tamanho. Convidava todos os viajantes a se deitarem nela. Se os hóspedes fossem
demasiado altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama,
e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento
suficiente. Uma vítima nunca se ajustava exatamente ao tamanho da cama porque
Procusto, secretamente, tinha duas camas de tamanhos diferentes.¹
Assim, de forma análoga à da personagem
mitológica, tentamos enquadrar as pessoas em nossas expectativas. Se a
conversão não acontece sobrevêm a frustração, a raiva e por fim o
distanciamento.
Sinaliza-se, assim, que nossos processos
afetivos padecem de falta de amadurecimento. Por isso existe tanto sofrimento e
tanta luta inglória nos movimentos em busca da alegria nas relações, sejam elas
entre namorados, cônjuges, pais e filhos, amigos, companheiros de trabalho
etc.
Será que sofremos a síndrome de Procusto?
Temos esticado ou cortado muita gente? A métrica tem sido nossa prioridade ou
já valorizamos e respeitamos as
diferenças?
Procusto deve ter sido tão solitário... E
quantos de nós temos olhado ao redor sentindo a ausência de pessoas tão
queridas, que afastamos de nosso convívio deliberadamente.
Jesus sinalizou: Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.²
Ah, quão longe nos encontramos da
fraternidade proposta pelo Cristo! Quanto receio de abrir mão de pontos de
vista... Quantas guerras declaradas a pretexto de nos protegermos!
Recorramos à orientação de Agostinho³
buscando o autoconhecimento e, assim, abandonaremos em definitivo as duas camas
de ferro (o fardo pesado) que insistimos em carregar: a intolerância.
CE
Discípulos de Jesus
Rita Mercês
Minghin
¹ http://pt.wikipedia.org/wiki/Procusto
² João,
13:35
³
Questão 919 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
CAUSAS DO DESGOSTO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Amigos
leitores, dando sequência aos últimos artigos escritos pelos nossos
companheiros nesta coluna, chamando-nos a atenção sobre as conseqüências e
atitudes a tomar frente ao grande problema das doenças de fundo emocional e
psíquico, que é considerado a doença da atualidade e, infelizmente, o seu
crescimento na próxima década, vamos encontrar na questão 957 do O Livro dos
Espíritos importante definição sobre a
origem do desgosto, onde o insigne Codificador e Mestre Allan Kardec, argúi os
Espíritos Veneráveis sobre esta questão e obtém dos mesmos a seguinte resposta
(em resumo): “A origem dos desgostos provém das seguintes situações: da
saciedade, da falta de fé e da ociosidade.
Pois
bem, caro leitor, quando se fala de saciedade, a maior comprovação se projeta
nas estatísticas que demonstram que o maior índice de suicídios ocorre em
países ricos. Muitas vezes, pessoas que possuem muito e podem adquirir o que
desejam, focam simplesmente o aspecto material, perdendo, com isso, a motivação
da busca, caminhando para o desânimo, rebaixando a sua autoestima e
consequentemente vem o desequilíbrio e a perturbação mental.
Por
outro lado, quando se trata da falta de fé, o indivíduo que estava em busca de
algo que gostaria de ter, ou ser, e não se dá conta de que aquele algo na
verdade não era do que necessitava, não alcançado o fim objetivado,
principalmente com petitórios feitos à espiritualidade,
aos santos, a Jesus ou a Deus, fica descrente de tudo e de todos, se colocando
na posição de sofredor imerecido, atribuindo a sua frustração a Deus ou a sua
pseudo crença. Na realidade essa pessoa estava exigindo algo em troca de
favores se esquecendo de que as Leis Divinas não negociam com ninguém.
E
finalmente a ociosidade, traduzida em mente e mãos vazias. Hoje todos afirmam
que o melhor remédio é o trabalho. Fazer o trabalho profissional com amor, com
vontade, não só para receber o seu salário ou seu ganho, que, diga-se de
passagem é importante para as nossas necessidades, mas... o trabalho no bem é o
melhor remédio para lidarmos com os nossos sentimentos. A ocupação mental, nos
traz vibrações de amor, de carinho de gratidão, quando atendemos aquela pessoa
carente de atenção, de uma palavra amiga, de um sorriso e mesmo de necessidades
materiais. E veja, amigos leitores, quantas entidades de todos os seguimentos
religiosos ou sem ser religiosas oferecem e necessitam de voluntários para as
suas atividades. É uma ótima oportunidade de servirmos e com isso pelas Leis
Divinas, de sermos também servidos. Vamos trabalhar para o próximo? Vamos
refletir sobre isso? Muitas paz a todos.
Antonio Tadeu Minghin
SUICÍDIO
(...)
Não havia então ali, como não haverá
jamais, nem paz, nem consolo, nem esperança: tudo em seu âmbito marcado pela
desgraça era miséria, assombro, desespero e horror. Dir-se-ia a caverna tétrica
do Incompreensível, indescritível a rigor até mesmo por um Espírito que
sofresse a penalidade de habitá-la.
O vale Aqui, era a dor que nada consola,
a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora
vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume,
não há tréguas!
O que há é o choro convulso e inconsolável dos
condenados que nunca se harmonizam!
(capítulo primeiro, No Vale dos Suicidas)
MEMÓRIAS DE UM
SUICIDA
(Obra
Mediúnica)
YVONNE A.
PEREIRA
O Espírito Camilo Castelo Branco em o livro “Memórias de Um Suicida” descreve em
tintas fortes o que encontrou ao retornar à
Pátria Maior através do suicídio. Conta-nos este espírito que não existe
sofrimento comparável ao daquele que busca fugir da vida aniquilando o corpo de
carne.
A falta de conhecimento, quase ingenuidade, que
caracteriza muitas criaturas as leva a acreditarem que matando-se matarão
também a dor, a mágoa, o desespero. Ao acordarem, defrontam-se com tormentos
inenarráveis, principalmente o sentimento de inutilidade do ato que não fez
cessar as dificuldades, ao contrário, aumentou-as exponencialmente.
O depoimento das almas que partiram nos faz repensar
sobre a necessidade de sermos fortes, termos
bom ânimo perante os desafios a que formos chamados a atravessar. É, de
fato, necessário ter-se coragem para viver, não para morrer. É nos embates do
dia a dia que se mede o caráter robusto, vigoroso dos homens. Viemos a este
mundo para aprender a lutar o bom combate, mister se faz que não fujamos às
provas, pois sabemos que nunca estamos desamparados. Quando menos se espera o
socorro aparece, as situações se modificam, é preciso esperar trabalhando,
orando, acreditando...
O Espiritismo Cristão não tenta convencer pelo medo,
nos oferece a possibilidade da reflexão a respeito das nossas responsabilidades
enquanto filhos de Deus. A estrada de ascensão aos planos superiores da vida é
íngreme, exigindo daqueles mais despertos mais renúncia, mais decisão. Hoje,
não precisamos enfrentar as feras famintas nos circos de horror; o nosso desafio
consiste em vencer a baixa tolerância às frustrações, a buscarmos o reino de
Deus em primeiro lugar, a vencer em cada um de nós a prepotência, o melindre, a
inveja, a indiferença, etc.
Haverá sempre e para todos oportunidade de recomeçar
mas, a que preço? Muito choro e ranger de dentes espera aqueles que tendo
ocasião de evitar o erro a ele se arrojam, vencidos e desanimados. A Lei, no entanto, nos alcança, guiando-nos
pelos caminhos do recomeço nas muitas reencarnações, aonde recomeçaremos com as
marcas do ato gravadas no corpo e na alma lembrando-nos sempre de que só ao Pai
cabe a decisão de quando e como cessar a nossa experiência de vida aqui, na
Terra.
Enquanto é tempo procuremos nos fortalecer na fé
aprendendo a vencer dificuldades, olvidemos as sugestões internas e externas
que possam nos induzir ao suicídio. Reservemos
um momento, sintonizemos com Deus, pela oração sincera, peçamos ajuda ao anjo
que nos tutela os passos, trabalhemos pelas criaturas em geral e a Vida Maior
nos ditará diretrizes seguras, tão seguras que mesmo sentindo dor, nosso
coração estará repleto de gozo e de esperança. Entoaremos hinos de louvor ao
Pai como os primeiros mártires do Cristianismo Nascente, ébrios de felicidade
por poderem dar testemunho de sua fé. Muita Paz!
Rira Mercês Minghin
O que é preciso para o homem ser
feliz?
Anete Guimarães em mais um de seus belos
seminários, que pudemos presenciar em Jales, SP, nos fez refletir sobre esse
tema. A antropologia afirma que o dinheiro, a riqueza; a beleza e o poder é que
nos dão felicidade.
No entanto pesquisadores, cientistas
americanos, apontam que temos no cérebro as áreas de satisfação, insatisfação e
do sofrimento. Realizaram pesquisas relativas ao funcionamento do cérebro,
utilizando o scanner cerebral e através delas:
Empresários que ganharam muito dinheiro,
ao passar pelo scanner não tiveram a área da satisfação ativada no seu cérebro.
Jovens que haviam acabado de ganhar
concursos estaduais de beleza, ao passar pelo scanner também não tiveram a área
da satisfação ativada, mas tiveram a área do sofrimento ativada. Mulheres
bonitas sofrem de um medo terrível de deixar de ser belas.
Voluntários poderosos que haviam acabado
de assumir cargos de chefia (senadores, diretores executivos) passando pela
pesquisa não tiveram a área do prazer ativada ao contrário, ativaram a área do
sofrimento, pelo excesso de stress que estavam sofrendo.
Concluíram os pesquisadores com bases
neurológicas e científicas que o dinheiro, a beleza e o poder não garantem a
felicidade. Intensificaram as pesquisas em voluntários e concluíram que a
primeira fonte que nos traz felicidade é o aprendizado, as pessoas mais felizes
eram aquelas que estavam aprendendo. A segunda fonte, a superação, com vitórias
no esporte ou vencendo sérios problemas.
E
a terceira fonte, admiravelmente o sofrimento. Se o sofrimento causa
felicidade, isso explica porque temos tanta dificuldade em mudarmos. Funciona
no cérebro o circuito de culpa/recompensa. Culpa: mereço sofrer, recompensa:
não aceitar a coisa boa, atrair coisas ruins.
De
forma saudável o aprendizado, a superação nos faz felizes, como explicam as maiores
máximas do Evangelho “Amai-vos e instruí-vos”, “Conhecereis a verdade e ela vos
libertará”. O autoconhecimento, a análise de nossos sentimentos, nossas emoções
dar-nos-ão condições de cessar este circuito de culpa/recompensa.
Temos que romper com nossa rotina
neurotizante, flexibilizarmos a ação de nosso cérebro, aprendendo a ser mais
receptivos a mudanças.
“Pode
o homem dominar suas más tendências?”. (Livro
dos Espíritos). Respondem-nos os bons Espíritos que sim, mediante um esforço
muito pequeno.
Convido a todos nós a empreendermos esse
mínimo esforço, ao aprendizado, à superação, em prol de angariarmos a almejada
felicidade.
Maria
José de Almeida
PROGRESSO E FELICIDADE
Francisco Cândido Xavier que, com seus dons
sempre voltados para o Bem, nos presenteou com inúmeras obras mediúnicas, teve
Emmanuel como seu mentor espiritual.
Num dos
livros ditados por esse Espírito, encontramos um apelo ao Homem moderno no
sentido de ultrapassar não apenas as barreiras do som e da gravitação
conquistando o espaço e dominando intrincadas tecnologias, mas também
ultrapassando outras barreiras como, por exemplo, a barreira do orgulho, da
avareza, do egoísmo, dos preconceitos, da indiferença e da discórdia.
Para que o
progresso existente nos mais diferentes setores do conhecimento humano leve as
criaturas a serem mais felizes, não basta que progridam vertiginosamente apenas
as ciências exatas, torna-se indispensável que se desenvolvam as ciências
humanas a fim de que seja estabelecido um equilíbrio entre os conhecimentos,
sentimentos e as ações.
Sabedoria
e Moral, ou seja, Conhecimento e Bondade, eis o que proporcionará à Humanidade
um viver melhor e menos sofrido, tanto quanto é possível dentro do nosso
estágio evolutivo e do estágio evolutivo de nossa atual moradia: o Planeta
Terra.
A doutrina
espírita cristã nos convida ao conhecimento de nós mesmos, como já recomendava
o filósofo grego, a fim de sanarmos as nossas falhas e aperfeiçoarmos as nossas
boas tendências. Ela nos incentiva à prática do Bem tendo como modelo, JESUS.
Tentemos
auxiliar outros também a serem felizes certos de que enquanto nos dedicamos a
fazer algo de bom e útil para o nosso próximo, mesmo que seja algo que nos
pareça insignificante Deus estará trabalhando a nosso favor.
E oremos
com sinceridade, não só para pedir, mas também para louvar e para agradecer.
Nos dias de maiores dificuldades, mesmo que as preces não possam mudar
completamente a natureza das nossas provas, nos trarão com toda certeza,
fortalecimento, coragem, resignação e intuições preciosas do Alto que nos
permitirão atenuarmos o sofrimento e a dor.
Trabalhemos e semeemos, enquanto temos a
oportunidade para isso. Não podemos perder de vista nossos objetivos cristãos
sem esquecer, no entanto, que eles jamais nos serão dados de presente, mas
conquistados pelo nosso próprio esforço, dedicação e persistência, nos fazendo
cada vez mais felizes.
Rosa Maria Hecht Pizzo
FUNÇÃO DA CASA ESPÍRITA
A Terra, que
se viu coberta por densas sombras na Idade Média, que passou pelo Século das Luzes, atravessa, agora, singular período. Muitos
proclamam em discussões acirradas que nunca dantes vivemos calamidades sociais
e naturais tão ásperas, outros atrevem-se, incautos, a dizer que Deus nunca
esteve tão distante. Enganam-se uns e outros.
Por toda
parte encontramos criaturas procurando um sentido maior para suas vidas. Reconhecemos,
no entanto, que essa procura por vezes se expressa de forma muito dolorosa,
através de fugas espetaculares e de excessos de todos os matizes, que os
conduzem, não raras vezes, ao encontro de maiores padecimentos por
desconsiderarem a paternidade divina.
E em meio a
tanta dor surge por remédio providencial
a Casa Espírita, divino recanto de paz e refrigério, onde encarnados e
desencarnados encontram o necessário refazimento das forças psíquicas.
É bem
verdade que muitos chegam à cata de um milagre, olvidando que a vida por si só
já é um milagre. Querem não sentir dor, não padecer de nenhuma limitação, não defrontar
obstáculos, e encontram a abençoada oportunidade de servir. Afligem-se com as doenças
do corpo, descobrem o remédio para a alma. Insistem em manterem-se na ignorância reproduzindo
comportamentos inadequados do pretérito
e cultivando outros tantos no presente, deparam-se com criaturas
desenfaixadas das vestes carnais que vêm de longe compartilhar de suas dores
oferecendo exemplo vivo de necessidade de mudança.
No labor a que
se entregam, na aquisição do conhecimento libertador de consciências, as
criaturas, todas elas, são promovidas a médicas de si mesmas. Desenvolvem
capacidade enorme de vencer seus desafios, encontram a alegria do trabalhador
da última hora.
A Casa
Espírita é isto: o lar, o hospital, a escola, a oficina de trabalho, tudo
integrado no soerguimento dos filhos de Deus.
Muita Paz!
Rita Mercês Minghin
A DIVERSIDADE DO RELACIONAMENTO FAMILIAR NA ÓTICA
ESPÍRITA
Um
dos pilares do progresso moral e espiritual do ser humano é sem dúvida a
instituição chamada família. Sem ela as estruturas psicossociais estariam em
derrocada, as leis de sociedade e progresso comprometidas e a pessoa humana
certamente perderia suas referências. Então surge uma questão: Por que tanta
diversidade no relacionamento ou no comportamento familiar? Por que existem
famílias com bom entendimento entre todos, com tolerância, diálogo, afeto e
carinho? Por outro lado, existem outras que vivem num clima de guerra, brigas,
gritos, desafetos e desrespeito. Outras ainda, não há brigas, mas também não há
dialogo, o relacionamento é frio e indiferente. Por quê? Conquanto, sejam muito
respeitáveis, sérios e de grande utilidade para a família, os estudos
acadêmicos ou de pesquisas nesta área da pedagogia familiar, bem como, os
estudos da psicologia humana. Ademais, coube à Doutrina Espírita transcender
sobre esta questão e explicar com muita propriedade sobre a natureza do
Espírito - este ser real, eterno e que não se desestrutura como o corpo
biológico através da morte - permanece vivo e atuante!
Explica
o Espiritismo que existem basicamente quatro situações reencarnatórias em
família: Primeiro aspecto: Por afinidade: os propósitos são os
mesmos, existem combinações de ideias e de ideais e respeito mútuo dos
sentimentos, tendo como objetivo, juntos, auxiliarem outras pessoas ou famílias
em suas necessidades, ampliando com isto, a relação de amizade e fraternidade
entre si e entre todos; Segundo aspecto:
Por Provas: Pessoas diferentes umas das outras, que tem como objetivo
testar virtudes com a finalidade de exercitar os sentimentos, adquirindo
experiências e aprendizados; Terceiro
aspecto: Por reajustes ou
reconciliação: Ligações pretéritas, desafetos, inimigos ou adversários,
tendo como finalidade harmonizar os sentimentos, exercitar o perdão e o amor,
destruindo os laços de ódios e rancores; e como Quarto aspecto: reencarne em família pela oportunidade de servir:
reencarne em família estranha, com a finalidade de ajudar ou ser ajudado, a
pedido ou convite, impulsionando a sua evolução e auxiliando na evolução do
próximo.
Portanto
amigos leitores, em quaisquer das situações, é de suma importância que tenhamos
o máximo de paciência, tolerância e carinho no relacionamento familiar, pois
assim poderemos exemplificar a conduta que tanto o mestre Jesus nos ensinou:
“Fazer ao próximo o que queremos que nos façam”.
Vamos
refletir sobre isso? Muita paz a todos!
Antonio Tadeu Minghin
O Inferno das Paixões
“O
homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera.” Carl Gustav Jung, psicanalista
Acostumados a ativar mecanismos de defesa física e psicológica perante a
dor, olvidamos sua função divina.
A esse
respeito o eminente psicanalista, Jung, proclamou : “O homem que não atravessa
o inferno de suas paixões também não as supera”, sinalizando, assim, que todas
as ocorrências devem convergir para a edificação do bem no homem.
No entanto,
instados por crenças castradoras, grande parte das criaturas se demoram entre o
arrependimento e a culpa, olvidando oportunidades de aprendizagem e superação,
conjunto esse indispensável na construção da felicidade, conforme estudos de neurociência da atualidade.
A título
de exemplificação da fala de Jung, lembremos a parábola do filho pródigo,
contada por Jesus: Um homem tinha dois filhos. O mais novo, um dia, pediu sua
parte da herança e, partindo se entregou a todos os vícios, numa exacerbação
dos sentidos mais grosseiros.
Em pouco
tempo, exaurido e arrependido, entra num processo de culpa, punindo-se,
expressão muito bem definida por Jesus quando explicou-lhe o estado de
espírito: “e foi viver com os porcos”.
Sob o
impulso da dor, lembrando-se do pai e como seus servos lá viviam, quebra o
ciclo de culpa/recompensa, supera o orgulho e a vaidade e entende fazer o
caminho de volta à casa paterna, agora sim, num mecanismo de autoamor.
Esse
retorno expressa o “atravessar das paixões”, do qual Jung nos fala.
Mais
experiente pôde, então, discernir e fazer a escolha mais adequada às suas necessidades.
A partir daquele momento já não mais fazia sentido gozar à larga o sofrimento e
a dor , mas utilizar-se desses instrumentos como estímulo bendito na conquista
de si mesmo.
A proposta
deste artigo, obviamente, não é fazer apologia à dor, antes e ao contrário, é
inspirar por meio das luzes da filosofia espírita o espírito espírita ou não,
a alcançar a liberdade de consciência,
responsabilizando-se por suas escolhas e lembrando-se sempre de que o pai da parábola
representa Deus e a sua incessante capacidade de ofertar-nos renovadas
oportunidades de elevação.
Muita paz!
Centro Espírita Discípulos de Jesus
Rita Mercês Minghin
JESUS É O ANIVERSARIANTE?
Amigo
leitor, é verdade que o mês de dezembro existe “algo diferente”, talvez um
magnetismo positivo maior, talvez o que se chama “espírito do natal”. Mas, será
que já paramos para pensar o que seria este “espírito”? Este clima emocional
que toma conta de todos ou da maioria das pessoas? Será que a causa principal é
o aniversário de Jesus? Considerado hoje como data oficial, dia 25 de dezembro
foi na verdade designado para acompanhar os festejos da Roma antiga, mas alguns
historiadores afirmam que a data correta do nascimento do Mestre Jesus seria
por volta dos dias 02 a
04 de abril, além de que também o ano, como é calculado hoje, teria uma
diferença de 4 a
6 anos aproximadamente antes da data fixada. Mas, será que não estamos comemorando
muito mais o Papai Noel ( simbolizado na figura de São Nicolau), ou quiçá as
festas, estas estimuladas pelo mercantilismo? Como entender a homenagem do
nascimento de Jesus com abuso de bebida e de comida, principalmente à custa do
sacrifício de nossos irmãos menores – os animais? Não é ignorar os festejos que fazem parte dos
costumes de um povo, mas sim, priorizar o entendimento e o valor da presença de
Jesus em nosso meio, pelas atitudes e ações.
Acredito,
caro leitor, realmente, que o motivo primordial para este “clima” seja a figura
de Jesus, e que devido ao magnetismo do Mestre e do exemplo que nos transfere,
nos torna mais caridosos, mais sentimentais, mais abertos ao diálogo, mais
fraternos e mais amigos.
Mas
ainda assim, fica a pergunta, por que não deixamos este magnetismo “nos
envolver” o ano todo? Por que terminado o mês de dezembro “voltamos ao nosso
dia a dia”, muitas vezes esquecendo este “clima de amor” que Jesus nos provoca?
Não falo, amigo leitor, da caridade material, porque esta, de fato, é a mais
fácil de se fazer. Falo da caridade espiritual, isto é, trabalharmos os nossos
sentimentos, aplicando-os juntos às pessoas com que convivemos ou com que nos
relacionamos ou até com a sociedade como um todo. Procuremos, no nosso foro íntimo,
ativar e exercitar os sentimentos de paciência, tolerância, esperança,
humildade e outros que fazem a evolução do Espírito. Entendo que mais do que
comemorar o nascimento de Jesus, devemos praticar os exemplos deixado por Ele,
e atente: não apenas no mês de dezembro, mas sim em todos os dias das nossas
existências. Mais do que comemorar a natalidade do nosso Guia e Modelo e
enfatizar a exata data de seu nascimento, é importante verificarmos se Jesus já
nasceu dentro de nós.
O
“nascer dentro de nós” não significa, hoje, dominarmos todos os campos dos
sentimentos, mas o exercício constante para dominar as más tendências, que
ainda permanecem no nosso campo psíquico e consequentemente espiritual.
Portanto,
leitor amigo e irmão, se temos a certeza de que Jesus já “nasceu em nós” - que bom! Que então exemplifiquemos
nos momentos em que as provas surgirem em nosso caminho, entendendo e
discernindo que a provação do momento é parte integrante de nosso aprendizado.
Pois assim estaremos comemorando o nascimento e a presença de Jesus todos os
dias de nossas existências.
Vamos
refletir sobre isso? Muita paz, com um Natal repleto de aprendizado e luz!
Antonio
Tadeu Minghin
Seja feita a
Tua vontade!
Quando nos
comprometemos com Deus a fazer-LHE a vontade, notadamente nos momentos da
oração, quase invariavelmente desprezamos o sentido real desse compromisso.
Bastará a
Vida oferecer-nos oportunidades de
reajuste ignorando a nossa vontade
que, imediatamente nos sentiremos infelizes. Queixosos, questionaremos a divina
sabedoria.
Vezes sem
conta, buscamos a satisfação dos desejos, das sensações do corpo, dos caprichos
de todos os matizes e nesse afã olvidamos a mensagem que nos convida a fazer a
vontade do Senhor, ainda que contrariados.
O orgulho
e o egoísmo, que se constituem a gênese de todas as nossas quedas morais,
quando permitimos que se sobreponham à razão, dão-nos falsa ideia de nossas
verdadeiras necessidades.
No exame
oportuno de nossos desacertos, assim nos situamos:
* ao recebermos uma ofensa, defendemo-nos usando o
mesmo artifício;
* um pedido negado redunda certamente em revolta;
* uma dieta imposta, o desprezo pela ocasião de
aprender alimentar-se com segurança;
* um amigo que deserta, a facilidade de esquecimento
de suas virtudes;
* a doença que nos visite, cobrança imediata do
remédio para efeitos;
* um negócio lucrativo que não se concretiza, espaço
aberto para o desalento...
Nos
momentos tormentosos a orientação cristã sinaliza temperança, equilíbrio, uso
da inteligência. É imperativo serenar nossas emoções, buscando refúgio seguro
na prece, pavimentando uma ponte de luz entre nós, que representamos a
necessidade, e o socorro divino, que nos aguarda a rogativa humilde.
E, por
fim, sempre que dissermos “seja feita a Tua vontade”, calemos nossas
inquietações, aprendendo no exercício da renúncia identificar a vontade Dele.
Muita Paz!
Rita Mercês
A Arte da Contabilidade Divina
Prezado leitor, o que você entende por
“colocar o Evangelho em prática ?” Será que já meditamos sobre essa questão?
Será que estamos falando muito, estudando bastante, prescrevendo ainda mais? Mas
e a prática? Se fizermos uma
contabilidade de nossas ações, não digo um balanço de nossas atividades junto
às nossas casas espíritas ou em qualquer outro agrupamento, não! Eu falo, meus
queridos amigos, e é óbvio que aqui me incluo do bom direcionamento dos nossos
sentimentos e das nossas emoções.
E, nesse momento, quero recordar aos
leitores o que diz Santo Agostinho, na questão 919, em O Livro dos Espíritos,
que sem dúvida é uma das principais questões, que trata da educação dos sentimentos. É uma
verdadeira cartilha de como exercitar o nosso controle, no trato com as pessoas,
com a sociedade e com nós mesmos.
Aliás, este relato, é a própria
experiência desse Espírito de escol, um dos Espíritos da falange do Espírito da
Verdade.
Pois bem, ele fazia um balanço diário dos
acontecimentos do dia e, assim, contabilizava o que fez de bom e naturalmente o
que fez de errado e ainda o que havia deixado de fazer. Tudo isso visando ao
próximo, mas antes de tudo a ele mesmo, seguindo assim a máxima do Cristo:
“Amar o próximo, como a si mesmo.”
Alguém pode objetar que agindo dessa
forma, estaríamos sendo egoístas. Mas, amigo leitor, é Jesus quem garante: Se
não nos amarmos, como iremos amar o nosso próximo? Quem poderá gostar de
alguém, se em primeiro plano não se gosta?
Continuando. Santo Agostinho também nos
lembra, nesta mesma questão, o que disse Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”. E,
como parte desse exercício de sentimento, ainda recomenda que consideremos a
opinião dos nossos adversários, porque não têm nenhuma intenção de esconder
algo negativo que veem em nós, diferentemente dos amigos, que muitas vezes não
nos apontam o erro com receio de nos ofender.
Amigo leitor, o que você pensa sobre isso?
É difícil praticar o exercício do autoconhecimento? É temerário chegar a alguma conclusão que vai
nos forçar a mudanças de paradigmas?
Será que estamos trabalhando a nossa
oficina de sentimentos de forma plena, segura? Estamos exercitando o nosso
psiquismo de uma forma sincera para conosco? Digo isso, meus amigos,
isentando-nos da culpa que destrói, de forma responsável, registrando aquilo
que já podemos mudar ou transformar em aquisições positivas. Não sendo isso
possível, será que estamos sabendo domar
as nossas más tendências, não permitindo acarretar com isso compromissos
dolorosos ou dificultosos para o nosso amanhã?
É necessário reconhecer que temos um
repositório de ensinamentos, através da doutrina espírita, doutrina de amor, de
esperança, e que objetiva libertar consciências,
ajudando-nos sobremaneira a alcançar a evolução, lenta e gradualmente é bem
verdade, mas de forma eficaz e segura, conforme sigamos seus postulados.
Portanto, amigo e irmão leitor, sobeja à
teoria: além dos livros da codificação, milhares de obras de excelente teor,
palestras, aulas, vídeos, seminários, filmes, dvds, cds, eventos, tais sejam:
Humanizar, Entremédiuns.
Mas e a chamada “prática diária?”
Ah, sim! Querido leitor, essa depende
somente de nós!
Tempo, exercício e prática... Na
contabilidade, é o capital individual, não é capital societário... esse sim é o
nosso capital cuja aplicação vai nos dar como resultado, DÉFICIT OU SUPERÁVIT.
Sabe por quê? Porque essa contabilidade é Divina!
Está nas Leis Naturais: Causa e efeito.
Quanto mais capital, mais é solicitada a
sua parte na formação do patrimônio.
Meus queridos, esta partida contábil não
falha. Não tem caixa dois. Não tem o chamado “jeitinho” para acertar as contas.
Não tem desvios financeiros. Não tem valores a fundo perdidos.
Tem somente resultados que poderão ser:
prejuízo ou lucro.
Esta contabilidade é cristalina, não
apresenta diferenças em suas contas. É justa. Deu lucro? Ótimo. É sinal que
esta empresa (nós) está aplicando no mercado (dos sentimentos) muito bem.
Deu prejuízo? Pena. Mas o Governo de
nossas ações (DEUS) nos oferece a chance de refazer essas aplicações, é claro,
como já aplicamos de forma indevida, certamente teremos agora que refazer esse balanço com juros e
atualizações monetárias (que são as dificuldades do caminho evolutivo).
Sendo assim, não nos esqueçamos: a Empresa
é nossa e, portanto, somos os responsáveis pelos seus investimentos e
consecutivamente, pelos resultados.
Vamos refletir sobre isso?
Antonio Tadeu Minghin
Centro Espírita Discípulos de Jesus
Penápolis-SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário